sábado, 2 de maio de 2009

Rescaldo do Primeiro de Maio

Estamos num país em que é permitida a liberdade de expressão e onde o dia primeiro de Maio surgiu como a possibilidade de um apelo dos trabalhadores à solidariedade entre si e pela luta por melhores condições de trabalho e aumentos de salariais.
Num dia em que o habitual é ouvirem-se pedidos para a diminuição do desemprego, aumento dos salários, melhores condições de trabalho e trabalho para a juventude, temas que marcam fortemente a nossa actualidade devido à crise que se faz sentir e às dificuldades que as famílias portuguesas estão a enfrentar. Até os reformados foram chamados a esta luta, afinal é muito difícil sobreviver com 300 euros de pensão de reforma e até mesmo com um salário mínimo. No entanto este dia que costuma ser de luta e de marchas por uma vida melhor, ficou principalmente marcada pela atitude de alguns portugueses que revoltados com a sua vida agrediram o cabeça de lista do PS para as europeias Vital Moreira, o que num país democrático é bastante lamentável, além disso fizeram que em vez de ser a sua luta a abrir os noticiários, fosse a notícia da agressão. Esta passagem para segundo plano não favorece em nada a luta pela sua causa.
É facto que um membro do partido socialista estar presente numa manifestação como esta desde logo causa alguma polémica devido ao descontentamento que se faz sentir em relação às políticas do Governo, mas a falar em que as pessoas se entendem, não podemos cada vez que não concordamos com algo partir para uma luta corpo a corpo onde é que isso nos levaria?
Não podemos no entanto deixar empolar a situação como foi feito com os diversos partidos políticos que tentaram qualificar este incidente como um ataque directo ao partido, anda tudo a puxar a brasa à sua sardinha.
Além disso tivemos conhecimento através das notícias que os líderes da CGTP e UGT não conseguem entender-se para comemorar este dia juntos e lutar pelas mesmas causas nunca ouviram dizer que a união faz a força? O que interessa se um ou outro concorda com determinada legislação? A meta final é a mesma pelo menos num dia como este em que tanto se fala em solidariedade, “mais e melhor trabalho”.
Considero que este feriado do primeiro de Maio não ficou defendido da melhor maneira pelos trabalhadores portugueses, pelo menos não pelos que tiveram uma atitude reveladora de falta de tolerância, mas acho que a luta que é feita diariamente por vários trabalhadores é reveladora que os portugueses não estão dispostos a baixar os braços e que querem lutar por uma vida melhor. Espero que essa mensagem passe acima de tudo o resto.

2 comentários:

Rita Paias disse...

Independentemente de Vital Moreira ser candidato pelo Partido que neste momento se encontra no Governo, nada desculpa a recepção que teve.
Os senhores do PCP não souberam respeitar uma mudança de opção política (desde há 20 anos) tal como não o fizeram com Mário Soares na Marinha Grande. Assim se vê a falta de civismo do PC.

Continua com o bom trabalho no Blog.

Bjs***

Joana Bonita disse...

Rita Paias... Falta de civismo do PC? Na Marinha n se tratou de incompreensão de mudanças partidárias. Fazes mal em tomar a parte pelo todo e atribuir o que se passou há dez anos a um partido político que, apesar de aqui ser maioritário, não contola as atitudes das pessoas que o tiveram! A chapada ou murro que o Soares levou foi dado por uma pessoa e em nome próprio. Não é responsabilidade do PC. além disso, as pessoas são responsáveis pelas atitudes de cada um e no Partido nunca se incentivou a violência (25 de Abril...)! Há pessoas más em todo o lado, mas tomar o todo pela parte não é correcto!
Falta de civismo e de respeito das pessoas sim... do Partido não.

Bjinhos

Joana Bonita